Quais os riscos meteorológicos associados ao setor de energia? Confira!

A ocorrência de eventos climáticos extremos provocam diversos impactos no setor de energia, onde, de maneira geral, todos os segmentos do setor possuem algum tipo de impacto climático. O setor de distribuição e transmissão, por exemplo, é mais impactado pela ocorrência de raios, queimadas, chuvas e ventos fortes. Já a geração renovável, como eólica e hidrelétrica, são muito afetadas pelo regime de ventos e de chuvas nas regiões onde estão localizados. Desta maneira, é importante que todos estes setores possuam um bom gerenciamento de riscos climáticos, de forma que possam identificar os riscos e oportunidades no qual estão inseridos, para que tenham um maior suporte na tomada de decisões e consigam alocar capital de maneira eficiente, além de se tornarem mais resilientes frente às perturbações climáticas.

A temática de mudanças climáticas já é discutida há algumas décadas, mas nos últimos anos essas discussões vêm ganhando mais força, visto que os eventos extremos climáticos estão ocorrendo com mais intensidade e com mais frequência, é o que aponta o principal grupo de análise das mudanças climáticas, o IPCC (Painel intergovernamental sobre Mudanças Climáticas). Os primeiros relatórios do IPCC (década de 90), já apontavam que o aquecimento global causaria um aumento dos eventos extremos, e é justamente isso que temos notado atualmente. 

O setor de energia é um dos principais emissores de gases do efeito estufa em escala global, sendo esses os responsáveis por intensificar o aquecimento global e, consequentemente, favorecer o aumento da frequência de eventos climáticos extremos. Por conta disso, o Brasil vive um momento de transição energética relacionado a um crescimento acelerado das energias renováveis e diversificação da matriz energética brasileira, crescimento este especialmente relacionado a energia eólica e solar. Em 2015, por exemplo, a geração eólica no Brasil estava em aproximadamente 2500 MWmed, enquanto que em 2021 foi batido o recorde de aproximadamente 8200 MWmed gerados, um crescimento de mais de 200% (dados do ONS). Muito desse crescimento está ocorrendo pela necessidade de uma transição para uma economia de baixo carbono devido aos impactos que as mudanças climáticas já estão causando e ainda podem causar na sociedade.

Os modelos de projeção climática mais recentes provenientes do CMIP6 (Coupled Model Intercomparison Project 6) continuam sinalizando mudanças mais significativas dos eventos de extremos climáticos até o final do século 21 em todo o globo. No Brasil, os modelos climáticos regionais mostram que a região da Amazônia é uma das áreas que podem ser mais impactadas por secas mais severas. Ao longo da parte mais tropical do Brasil (no norte das Regiões Norte e Nordeste) as projeções são de chuvas mais intensas, sinal projetado também para o Sul brasileiro. De forma geral, o padrão de precipitação pode oscilar mais, entre anos com chuvas excessivas e anos com secas prolongadas. Desta maneira, é importante entender os riscos no qual o seu negócio está inserido, de forma que se possa ter ações preventivas que tornam os impactos da sua empresa menores em relação aos riscos climáticos.