A energia que chega na casa das pessoas passa por diversos processos, dentre eles: geração, transmissão e distribuição. Entretanto, além dos processos físicos e de transporte, essa energia é comercializada através do chamado: Mercado de Comercialização de Energia.
O mercado de comercialização é o ambiente de compra e venda de energia, dividido em duas subcategorias: o Ambiente de Contratação Regulada (ACR) – operam as geradoras e distribuidoras, onde a compra e a venda de energia funciona por meio de leilões – e o Ambiente de Contratação Livre (ACL) – em que também atuam as comercializadoras, os consumidores livres e os importadores e exportadores de energia, com negociações diretas entre os participantes.
Dentro deste mercado existem os geradores, que buscam maximizar o preço de venda e o volume vendido; os consumidores, que buscam minimizar o preço de compra e a segurança no atendimento; e as comercializadoras, que compram e vendem energia de consumidores livres, atuando de maneira a reduzir os custos de transação, proporcionando um balanço entre geradores e consumidores.
As empresas de comercialização de energia assumem o risco de crédito do consumidor e o risco de performance do produto, oferecendo liquidez ao mercado e viabilizando a competição. Portanto, as comercializadoras são empresas que atuam como mediadoras entre o produtor de energia e o consumidor final.
E como a meteorologia colabora neste mercado? As condições meteorológicas, hidrológicas e o nível dos reservatórios são as variáveis que mais influenciam no comportamento do PLD (Preço da Liquidação das Diferenças). Por exemplo, os volumes de chuva impactam nas vazões das bacias que influenciam na geração de energia a partir das usinas hidrelétricas e, consequentemente, nos níveis dos reservatórios. Para a formação dos preços de energia, as previsões meteorológicas são determinantes para as simulações dos modelos que calculam os preços para todos os horizontes de tempo (curto, médio e longo prazos).
Dito isto, o ano de 2021 foi marcado por uma das maiores crises hídricas que o Brasil já enfrentou neste século. O período chuvoso de 2020/2021 teve pouca chuva nas bacias dos principais reservatórios de energia do Sistema Interligado Nacional (SIN), que somado há anos seguidos com chuvas inferiores à média histórica provocam uma situação crítica em que chegamos em 2021. Os valores comercializados de energia oscilaram muito ao longo de todo o outono e inverno, atingindo valores que chegaram ao teto por conta dos reservatórios baixos, da falta de chuva no horizonte e das usinas termelétricas acionadas, gerando uma energia mais cara.
Esse padrão só foi alterado a partir do início da primavera, em outubro de 2021, quando grandes volumes de chuva retornaram para as principais bacias hidrográficas, gerando energia hidráulica de forma barata e fazendo com que o preço da energia comercializada caísse para valores próximos ao piso. Após o outubro chuvoso, toda a primavera e verão que se seguiram acumularam volumes de chuva bem superiores à média histórica, recuperando os níveis dos reservatórios de energia e garantindo uma robustez do sistema.
Já para os próximos meses de 2022, as águas superficiais no Pacífico Equatorial estão mais frias em relação à média histórica, caracterizando uma condição de La Niña. Esse fenômeno favorece a ocorrência de chuvas sobre as regiões Norte e Nordeste do Brasil. Por outro lado, há uma tendência de redução das chuvas para a Região Sul. Dessa forma, a previsão é de um subsistema Sul com chuvas abaixo da média para o próximo trimestre (outubro, novembro e dezembro). Por outro lado, a partir do mês de outubro, as chuvas retornam para as bacias dos subsistemas Centro-Oeste/Sudeste e Nordeste, com a formação de corredores de umidade provenientes da Amazônia em direção à região Sudeste, que são conhecidos como Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS).
A previsão é de grandes acumulados de chuva para o próximo trimestre sobre os submercados Centro-Oeste/Sudeste e Nordeste o que impactará em um aumento das afluências e na manutenção de preços baixos.
É seguro comprar energia no mercado livre.Ainda mais quando se escolhe bons fornecedores e parceiros.
O mercado livre é um ambiente seguro de compra e venda de energia elétrica. É possível negociar muito mais que apenas preço de energia, mas outros componentes que agregam valor econômico e previsibilidade ao cliente livre, tais como, condições de suprimento, prazo, tipo de fonte: renovável ou convencional, além de flexibilidades extras de consumo para adequar cada cliente ao perfil mais vantajoso.
Por uma questão regulatória, apenas os consumidores com demanda acima de 500 kW podem participar desse tipo de negociação. Os principais benefícios são a redução em até 30% das despesas com energia elétrica, previsibilidade de custos e maior gestão do recurso energético.
O mercado livre é organizado e fiscalizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Essas entidades estão sempre monitorando o mercado, estudando e trabalhando para aplicar boas práticas a todos os agentes, e em casos extremos, punindo e expulsando empresas que deixam de honrar os seus compromissos. Como as operações no mercado livre não passam por uma garantidora de crédito, o risco de crédito é bilateral, isso é, o cliente final e as tradings devem escolher seus parceiros de negócios levando em consideração a capacidade financeira e experiência de mercado de cada uma. Feito essa diligência, o risco é mitigado e traz mais segurança ao mercado livre e seus participantes.
As negociações são chamadas de trading, a qual o objetivo é maximizar os recursos disponíveis, identificando oportunidades para se atingir o melhor custo-benefício para os clientes, porém sem abrir mão da garantia do fornecimento.
O trading do mercado livre é semelhante a compra e venda de contratos de commodities na bolsa de valores, porém com a exigência da entrega de um produto físico (energia) para um cliente específico (ex. consumidor). Para que esse processo ocorra, existe a figura dos agentes, que podem ser das classes de geração, comercialização, autoprodução ou consumidor de energia.
As comercializadoras têm um papel fundamental no trading, pois são elas que realizam as operações de compra e venda de energia elétrica e aumentam a liquidez entre comercializadores, geradores e consumidores. A comercializadora atua muitas vezes como um tomador de riscos entre o gerador e o cliente final, onde o primeiro deseja vender sua energia no atacado de forma mais previsível, e o segundo deseja comprar no varejo seu montante em forma de produtos customizados para melhor atender suas demandas. Essa diferença de produtos criam um risco de mercado que deve ser calculado e suportado pelas comercializadoras, cobrando um prêmio mínimo para atender as duas pontas do negócio e cobrir essa parcela de risco de flutuações de preços e liquidez. Grandes players como nós, contam com uma expressiva geração de energia própria, e conseguem mitigar esses riscos, tornando as operações ainda mais seguras. Segundo a CCEE, existem 470 comercializadoras registradas no Brasil.
A CPFL Brasil é a comercializadora da CPFL Soluções e atua em todo território nacional. O conhecimento adquirido nesses mais de 100 anos de setor elétrico traz a experiência para poder oferecer a melhor solução em energia para seu negócio, dispondo também da vantagem de fazer parte de um grupo sólido, cuja matriz de geração está voltada, basicamente, para investimentos em fontes limpas e renováveis.
Nossos clientes podem contar também com a assessoria de nossas soluções, capaz de apresentar todas opções e cenários possíveis para otimizar a gestão da sua energia, maximizando esse importante insumo e visando economia.
Comprar energia segura garante maior produtividade, pois terá a certeza que foi pensada a melhor estratégia para esse cliente. No mercado livre, vamos te apoiar desde o processo de migração até a gestão das operações diárias.