Em novembro de 2021 foi realizada a COP 26, que teve como objetivo que os países assumissem compromissos ambientais, de forma a reduzir gradualmente o uso de combustíveis fósseis, assim como a criação de regras para o mercado de carbono. Como resultado, o Brasil deu um grande passo, por meio do Decreto nº 11.075/2022,que visa a criação de um de mercado regulado de carbono no Brasil.
O decreto tem como base o dispositivo da Lei nº 12.187/2009, que instituiu a Política Nacional Sobre Mudança do Clima, com objetivo de atender as metas de redução dos gases causadores do efeito estufa em decorrência da atividade humana.
A medida estabelece competência ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) e da Economia (ME), para propor os Planos Setoriais de Mitigação das Mudanças Climáticas. Os setores envolvidos são energia elétrica, transporte público urbano, indústrias químicas, indústria de papel e celulose, mineração, indústria de construção civil, serviços de saúde e agropecuária, entre outros. Tais setores terão prazo de 6 meses após a publicação do Decreto para apresentarem suas propostas de meta para redução de emissão de gases de efeito estufa, considerando o plano de descarbonização nacional assumido pelo Brasil na COP 26.
Transformar a descarbonização das economias em créditos é mais um incentivo para que todas as nações consigam aderir e atingir a meta global, estabelecida no Acordo de Paris (2015), de limitar o aquecimento do planeta em 1,5ºC, em relação aos níveis pré-industriais.
Para comercialização dos créditos de carbono e metano neste novo mercado, o agente deverá aderir, de forma voluntária, ao Sistema Nacional de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SINARE). Os ministérios da Economia e Meio Ambiente estabelecerão regras a respeito do funcionamento do SINARE e de sua compatibilização com os sistemas de comercialização atuais.
I-REC: novo conceito ou uma nova prioridade do mercado?Imagine se o seu negócio pudesse compensar 100% das emissões de carbono ou pudesse consumir e comprovar que a sua empresa só utiliza energia renovável e limpa? Agora imagine se os clientes topassem pagar um valor maior pelo seu produto e que investidores estão direcionando recursos para corporações com impacto ambiental positivo? Imaginou? Pois tudo isso é possível com o certificado de energia renovável (I-REC).
O I-REC é um sistema global de rastreamento de atributos ambientais de energia, presente no Brasil desde 2016. Através dele, empresas podem certificar a origem da energia elétrica que utilizam. Podem emitir I-REC empresas homologadas e que gerem energia de fontes hidrelétrica, eólica, solar fotovoltaica e biomassa.
Por aqui, o Instituto Totum é responsável tanto por certificar as usinas como por emitir os certificados. Em 2021, foram emitidos 9,2 milhões de I-RECs no país, um crescimento de 268% em relação a 2019. Para 2022, a expectativa do instituto é chegar a 15 milhões, o que corresponderá a um crescimento de 60% em relação ao ano passado.
A procura por I-REC tem aumentado por vários motivos. Cada vez mais geradores de energia, como nós, procuram habilitar usinas para emitir os certificados. A oferta também cresce junto com a demanda, com empresas de diversos portes buscando reduzir e até neutralizar as suas emissões de carbono. Cada I-REC equivale a 1 megawatt-hora (MWh) de energia renovável.
Inicialmente, apenas consumidores eletrointensivos buscavam esse tipo de produto. Porém, por força de mercado, fornecedores e empresas de menor porte estão buscando o I-REC.
Para falar mais sobre esse assunto, o sétimo episódio do nosso podcast C-Liga convidou Luciano Figueredo, gerente de projetos do Instituto Totum de Desenvolvimento e Gestão Empresarial, e Rodolfo Sirol, Diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CPFL Energia.
Neste episódio, nossos convidados explicam o que é I-REC, quem pode comprar, quais os benefícios, além de como funciona o processo de rastreabilidade. “A gente costuma dizer que o mercado se direciona para onde o dinheiro está. Esse apoio do mercado financeiro tem sido decisivo para manter a agenda de baixas emissões”, afirmou Sirol. Segundo Figueredo, há mais de 300 usinas certificadas pelo instituto. Quer saber mais? Então C-Liga!
Entenda a diferença entre créditos de carbono e certificado de energia renovável e avalie a melhor opção para sua empresaJulho de 2021 foi o mês mais quente da história do planeta Terra, de acordo com levantamento realizado pelo Nooa, órgão de Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos. O aquecimento global avança em ritmo mais forte do que o previsto anteriormente e isso tem relação direta com o excesso de gases de efeito estufa na atmosfera.
Empresas que ainda não adotam soluções para diminuir as emissões de dióxido de carbono podem compensá-las por meio da compra de créditos de carbono de projetos que atuam na redução de emissões dos gases causadores do efeito estufa. Cada unidade da moeda de troca equivale a 1 tonelada de CO2.
Já as empresas que privilegiam energia de fontes renováveis estão aptas a obter o Certificado de Energia Renovável. Na prática, o International REC Standard (I-REC) funciona como um sistema global de rastreamento de atributos ambientais de energia. É o meio mais confiável para comprovar e rastrear o consumo de energia proveniente de todas as fontes renováveis, como eólica, hidráulica, solar, biomassa, biogás e cogeração.
É possível adquirir certificados de energia renovável (I-REC) na mesma quantidade da energia consumida pela sua empresa, sendo que cada I-REC (equivalente a 1 megawatt/ hora) representa uma unidade de geração de energia renovável.
Aqui no Brasil o órgão emissor é o Instituto Totum, representante oficial do I-REC Standard. Toda empresa pode ter um certificado de energia renovável e incentivar o uso da energia limpa, inclusive aquelas que estão no mercado cativo de energia.
Fazer isso deixa claro à toda a sociedade os esforços da companhia em contribuir para o meio ambiente, algo cada vez mais admirado pelos clientes. A CPFL ajuda as empresas brasileiras em todo esse processo, desde a análise sobre qual é o melhor momento para adquirir os certificados, até transacionar os I-RECs aos clientes que solicitarem.
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Precisamos falar sobre transição energéticaA todo momento, ouvimos especulações sobre como será o mundo pós-COVID-19. Há os que enxergam o amanhã apenas na perspectiva dos números e de um provável cenário de crise nos mercados e há também, felizmente, os otimistas, que apostam nas adversidades de hoje como aprendizado para um mundo mais sustentável no futuro.
Ambas possibilidades são reais e o mais provável é que a gente veja uma alternância entre eles nos próximos anos. É importante pensar no coletivo, mas talvez seja ainda mais relevante nos perguntarmos qual é, afinal, o nosso papel na construção desse novo amanhã.
O setor energético se faz esse questionamento há algum tempo e tem realizado esforços sistemáticos para criar oportunidades de crescimento econômico e melhorar a qualidade de vida das pessoas. Uma prova disso é que foi um dos primeiros segmentos da atividade econômica a falar e a praticar a sustentabilidade ambiental. O que garante ao Brasil o terceiro lugar no ranking da International Renewable Energy Agency (IRENA), entre os países de matriz energética mais limpa do planeta, com 135.674 MW de capacidade instalada em 2018. Isso se deve, em grande parte, à quantidade de hidrelétricas.
Em 2019, o setor de energia foi responsável por apenas 4% das emissões de CO2 do país. Entretanto, com o desenvolvimento de outras fontes verdes, a expectativa é que esse valor caia 86% até 2050, segundo o CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura). Entre 2009 e 2018, a capacidade de energia solar do país passou de quase zero para 2,2 GW. Sem contar que o Brasil liderou o crescimento de energia eólica na América do Sul nos últimos dez anos. Em 2018, a capacidade total instalada de energia eólica do país foi de 14,4 GW, representando 77,4% da capacidade total da região. Em 2019, o Brasil ficou em 8º lugar no mundo entre os países que mais geraram empregos ligados à produção de energia solar fotovoltaica.
A energia elétrica, seja de fontes renováveis ou convencionais, é essencial para o funcionamento de qualquer negócio, e o valor desse custo mensal é um fator decisivo ao planejamento e equilíbrio financeiro das empresas.
Para entender melhor, é importante analisar o cenário do país hoje. No Brasil, é possível comprar energia de duas formas: em ambiente regulado (cativo) ou livre. No primeiro caso, o consumidor adquire energia das concessionárias de distribuição, com tarifas reguladas pelo governo obedecendo à mesma dinâmica aplicada a clientes residenciais e às pequenas empresas. No segundo caso, clientes com um perfil de consumo de energia mais elevado podem aderir ao Mercado Livre de Energia e comprar diretamente das geradoras ou comercializadoras, com a possibilidade de negociar preços, volumes e prazos, conforme suas necessidades.
Os consumidores habilitados ao Mercado Livre de Energia podem ser divididos em duas categorias. Na categoria “especial”, estão os clientes que têm uma demanda de energia entre 500 kW e 1.500 kW (quilowatts), como pequenas e médias indústrias, redes de lojas, shoppings e supermercados. Já o “consumidor livre” é aquele que tem uma demanda igual ou superior a 1.500 kW, como grandes indústrias, montadoras de veículos e siderúrgicas.
Graças à alta demanda que apresentam, os “consumidores livres” podem escolher qualquer tipo de geração de energia – optando inclusive por alternativas mais verdes, como a solar e a eólica. Ainda, para estimular o uso dessas fontes renováveis, há a possibilidade de descontos na transmissão da energia, aumentando, assim, a eficiência do investimento e a lucratividade.
Para além desses incentivos, as empresas devem cada vez mais considerar o ESG (do inglês, Environmental, Social and Governance, ou Governança Ambiental, Social e Corporativa), que são os três fatores centrais na medição da sustentabilidade e do impacto social de um investimento em uma empresa. Esses critérios ajudam a determinar melhor o desempenho financeiro futuro das companhias por serem um novo paradigma de negócios em implementação nas organizações, sobretudo nas de capital aberto, em que o desempenho nos critérios de ESG pode fazer toda a diferença na cotação de mercado da empresa. Essa sustentabilidade ambiental pode ser positiva para o negócio e para a economia, já que essa prática pode se tornar atraente a outros mercados que valorizam o uso de fontes limpas e sustentáveis, como o europeu e os emergentes indiano e chinês.
Ao fazer a transição para uma economia de baixo carbono, a empresa produz um impacto direto na imagem, reputação e confiabilidade da marca. Escolher agora as fontes de energia renováveis ou a emissão de créditos de carbono é selar um pacto com o futuro e estar alinhado ao que os clientes, o mercado e os parceiros esperam de sua empresa; tendo em vista que, cada vez mais, organizações do setor vêm assumindo compromissos públicos e metas com a RE100 – iniciativa corporativa global de energia limpa que reúne centenas de grandes empresas comprometidas com a eletricidade 100% renovável –, a fim de cumprir as metas estipuladas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis da ONU. Abrir a mente e os negócios para essa realidade é construir uma “visão de futuro” e acompanhar o ritmo da grande marcha mundial por um planeta mais sadio.
Aqui, na CPFL Soluções, nos esforçamos para aplicar o nosso conhecimento em energia a favor do crescimento das pessoas, dos negócios, das regiões e do país, como um todo. E é isso o que nos faz acreditar que todos esses cenários positivos são possíveis.
A sustentabilidade abriu caminho para modelos de gestão dos ativos energéticos que, além de preservar o meio ambiente, cuidam do bem-estar ao melhorar a vida das pessoas. Acredite: o melhor uso da energia torna o seu negócio mais competitivo e sustentável. Sendo assim, vamos pensar juntos em soluções e executá-las da melhor forma possível.
Você tem liberdade para escolher e priorizamos isso. Várias possibilidades se abrem pois não existe uma única trajetória em um contexto em que fatores econômicos, sustentáveis e até políticos também são importantes. Fatores estes que devem atuar no sentido de contribuir para que o desenvolvimento do Brasil e o crescimento da economia do país sejam cada vez menos dependentes das emissões de carbono.
Independentemente do caminho que a sua empresa escolher, estaremos juntos. Afinal, somos especialistas e estamos comprometidos com o seu sucesso.