Eletromobilidade vem se tornando realidade para empresas

O setor corporativo vem utilizando os veículos elétricos e híbridos para diversos fins. Uma pesquisa da Arval Brasil mostrou que 43% das empresas brasileiras já utilizam ou consideram utilizar alguma alternativa aos veículos a combustão nos próximos três anos.

Recentemente, empresas como Renner e Coca-Cola começaram a transportar parte dos seus produtos com essa tecnologia. A própria CPFL Energia investirá R$ 45 milhões, até 2024, em projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) que auxiliarão o mercado a explorar modelos de negócios na área de mobilidade elétrica.

Aos poucos, a mobilidade elétrica se torna uma realidade no país. A frota total de eletrificados leves em circulação no Brasil chegou a 175.491 unidades  (janeiro 2012 a agosto 2023), segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Nos primeiros oito meses deste ano, houve um crescimento nas vendas de 76% na comparação com 2022, com mais de 49 mil unidades emplacadas.

O mercado de eletromobilidade também está atraindo novos investimentos focados nessa tecnologia. Em julho, a BYD Brasil anunciou que vai investir R$ 3 bilhões para implantar três fábricas na Bahia para produção de automóveis, caminhões e ônibus elétricos. A fabricação deve iniciar no primeiro semestre de 2025.

O apelo pelos veículos elétricos (ou eletrificados) está na necessidade de reduzir os impactos ambientais. O setor de transportes é um dos principais emissores de gases de efeito estufa (GEE). Um estudo do Conselho Internacional de Transporte Limpo (ICCT Brasil) mostrou que os veículos a bateria conseguem reduzir de 64% a 67% as emissões GEE em todo o seu ciclo de vida, em comparação com os tradicionais veículos a combustão com motores flex.

Além de contribuir para o planeta e para o atingimento das metas ESG (Environmental, Social and Governance), os veículos elétricos são mais econômicos, pois exigem menos manutenção, reduzindo os custos logísticos das empresas.

No entanto, para que a eletrificação da frota seja bem sucedida, a energia que alimenta os veículos precisa ser proveniente de fontes limpas. A vantagem do Brasil é que 85% da matriz elétrica é composta por fontes renováveis, como hidrelétricas, eólica e solar. Algumas empresas optam por investir em garagem solares para garantir que a energia fornecida aos veículos não impacte o meio ambiente.

Outro ponto importante diz respeito a infraestrutura elétrica e de carregamento. Para que não haja problemas, as redes elétricas da concessionária e das empresas precisam estar preparadas para absorver essa nova demanda energética gerada pelos veículos elétricos. Por isso, antes de tomar a decisão de eletrificar a frota, recomendamos um estudo para que seja possível identificar a necessidade de reforços na infraestrutura.

A oferta de carregadores elétricos públicos de alta velocidade, os chamados eletropostos, é um gargalo que aos poucos vem sendo superado. Por fim, o custo da tecnologia também está diminuindo com o ganho de escala na fabricação de baterias, o que garante um cenário favorável ao uso de veículos elétricos.

Como as empresas estão implementando veículos elétricos aos negócios

As empresas têm um papel crucial na implementação da eletromobilidade e na transição para um futuro mais sustentável em termos de transporte. A adoção de veículos elétricos por empresas pode contribuir para reduzir as emissões de gases poluentes, melhorar a qualidade do ar nas cidades e reduzir a dependência dos combustíveis fósseis.

Além disso, o uso de veículos elétricos pode oferecer vantagens para as empresas, como redução dos custos operacionais, aumento da eficiência da frota e melhorias nas práticas ESG. A crescente conscientização sobre os impactos ambientais das atividades empresariais também pode ser um fator motivador para a adoção de veículos elétricos.

Para promover a adesão de veículos elétricos nas suas operações, as empresas podem buscar parcerias com fabricantes de veículos elétricos e fornecedores de infraestrutura de carregamento, o eletroposto, além de estabelecer metas de sustentabilidade e investir em tecnologias e soluções de gerenciamento de frota.

O cenário de expansão de interesse pelas empresas em carros elétricos está crescendo de forma significativa, isso é impulsionado por uma combinação de fatores, incluindo preocupações ambientais, economia de custos, avanços tecnológicos, mudanças regulatórias e mudanças nos hábitos de mobilidade.

É importante que as empresas avaliem suas necessidades de mobilidade e determinar quais veículos elétricos são mais adequados para suas operações. Isso pode incluir considerações como o tipo de trajeto percorrido, a quantidade de carga transportada e a distância percorrida.

Nessa avaliação de necessidades, é essencial que as empresas levem em consideração a instalação de eletropostos em suas dependências, para permitir que seus veículos elétricos sejam carregados facilmente. Isso pode incluir a instalação de eletropostos em locais estratégicos, como estacionamentos ou garagens.

As empresas devem planejar a implementação de veículos elétricos em suas operações, considerando suas necessidades específicas de mobilidade, a instalação de eletropostos e treinamento de funcionários. A eletromobilidade no mundo dos negócios ajuda na promoção de um futuro mais sustentável em termos de transporte, oferecendo benefícios ambientais e econômicos, além de melhorar a imagem da marca e contribuir para a criação de um futuro mais sustentável.

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Veja como se carrega um veículo elétrico e o que são eletropostos

Para evitar o aquecimento global, diversos setores da economia estão se esforçando para reduzir a sua pegada de carbono. No setor de transporte não é diferente, segundo o relatório da Situação Global do Transporte e Mudança Climática, elaborado por mais de 40 organizações internacionais que atuam em prol de transportes sustentáveis e de baixo carbono, o setor de transportes é responsável  por  25% das emissões globais de efeito estufa, demonstrando a relevância dos transportes no clima do Planeta. Segundo o sexto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), as emissões de CO2 do setor de transportes devem aumentar cerca de 50% até 2050.

Por esse motivo, muitos países estão investindo na transição energética da matriz de transportes. Esse processo consiste na substituição de motores a combustão, que utilizam combustíveis fósseis como carvão, gás e principalmente petróleo, por veículos movidos a biocombustíveis, hidrogênio e a energia elétrica.

Os veículos elétricos (VEs) são um grande aliado para reduzir as emissões de CO2 do setor de transportes, e por isso a tecnologia está em expansão no mundo. A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) estima que existam cerca de 16 milhões de carros elétricos em circulação no mundo, consumindo cerca de 30 TWh de eletricidade por ano. No Brasil são mais de 100 mil unidades, segundo a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE).

Uma barreira para a expansão da mobilidade elétrica é o alto custo dos veículos se comparados com os movidos a combustão. Por outro lado, além de quase não emitir CO2 e contribuir para o meio ambiente, os veículos elétricos costumam ser mais econômicos, principalmente no que diz respeito a manutenção, por haver menos partes móveis. Há também a possibilidade de isenção de impostos, como o Projeto de Lei 5308/20, que isenta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) as importações e as saídas de veículos elétricos ou híbridos. O texto também reduz as alíquotas do PIS/Pasep e da Confins incidentes na importação e sobre a receita bruta de venda no mercado interno desses veículos. A isenção do IPVA para donos de carros híbridos já é realidade em 8 estados brasileiros, sendo eles: Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Piauí, Maranhão e Ceará.

Os VEs contam com quatro componentes essenciais: bateria, inversor, motor de indução e sistema de recuperação de recarga. O inversor, modula e controla a energia que aciona o motor de indução e faz o carro andar. A bateria funciona como um tanque de combustível, armazenando energia elétrica, ao invés de gasolina. A missão do sistema de recuperação é aproveitar a energia que normalmente é desperdiçada na frenagem para recarregar as baterias.

Afinal de contas, como se carrega um carro elétrico?

Existem várias formas de carregar um veículo elétrico. A mais básica é utilizando um carregador, parecido com uma fonte para notebook, conectado em uma tomada doméstica (220V), porém o tempo de uma carga completa pode durar de 12 a 36 horas, dependendo da potência do veículo. Outra possibilidade é adquirir um carregador específico, chamado de “wallbox”, o que pode reduzir o tempo de recarga para um período entre 6 a 12 horas.

A forma mais rápida é utilizando um eletroposto – que são estações públicas ou privadas capazes de realizar uma recarga extremamente rápida, entre 40 minutos e 2 horas e meia. O serviço pode ser cobrado, ou não. Essa cobrança pode ser feita de algumas maneiras diferentes, como exemplo, por carga ou por minuto.

No Brasil já existe uma legislação (REN 1000/2021), que permite a recarga de veículos elétricos que não sejam do titular da unidade consumidora em que se encontra a estação de recarga, inclusive para fins de exploração comercial a preços livremente negociados. O texto complementa que havendo cobrança na estação de recarga da distribuidora, os preços podem ser livremente negociados, sendo aplicáveis à atividade os procedimentos e as condições para a prestação de atividades acessórias. Ainda assim muitos eletropostos, principalmente os públicos, fornecem energia gratuitamente.

É possível encontrar eletroposto  em vias públicas, em estacionamentos, shoppings, postos de combustíveis e lojas de conveniência. A utilização é simples, basta conectar a tomada no carro, em alguns casos dar o start no eletroposto. O maior corredor com dispobilidade de postos de carregamento para veículos elétricos da América Latina fica entre Rio de Janeiro e São Paulo.

Atualmente, os eletropostos são importados e fabricados por empresas como WEG, EFIMOB, Electricus e Eletric Mobility. O custo pode variar de R$ 5mil (7kW) até R$ 500 mil (350 kW).

A Mudança do veículo a combustão para elétrico gerará investimentos para expansão de infraestrutura elétrica. Nós do Grupo CPFL, por exemplo, estamos há 15 anos, acompanhando esse tema e desenvolvendo projetos de mobilidade elétrica, via P&D.

Investimos na eletrificação da frota, com o desenvolvimento do laboratório de eletromobilidade na cidade de Indaiatuba, onde a frota já é quase 100% elétrica. Trabalhamos também em uma plataforma de eletromobilidade, para ambiente urbano e desenvolvimento de modelos de negócios em serviços de mobilidade elétrica. Estamos usando estações de recarga, com uma plataforma que controla essas estações e um aplicativo para auxílio da operação.

No projeto Plataforma, investimos em veículos e vans elétricas para compor o nosso Living Lab (LL). A proposta do Living Lab é experimentar na prática esse ecossistema de eletromobilidade. Para compor o LL, estamos instalando eletropostos, todos conectados à plataforma, desenvolvida no projeto, que possibilita encontrar Postos Elétricos disponíveis, reservar, fazer a recarga e até remunerar pelo serviço prestado. 

Importante destacar que a transição não significa rupturas, mas um processo lento de introdução de novas tecnologias convivendo com as tradicionais. A transição energética dos transportes passa pelos veículos elétricos, e também, pelas fontes renováveis – afinal, não faz sentido eletrificar os modais e a energia ainda ser oriunda de fontes poluentes.