O protagonismo do mercado livre na ampliação da oferta de eletricidade renovável no Brasil

O mercado livre de energia é um ambiente de comercialização que possibilita ao consumidor negociar livremente com os fornecedores, sejam eles geradores ou comercializadores, atribuindo à distribuidora a responsabilidade pela entrega de energia ao consumidor.

Entre os benefícios do mercado livre podemos listar a redução imediata da conta de luz, uma melhor gestão do energético e a possibilidade de consumir energia limpa e renovável, o que contribui para preservação do meio ambiente e atingimento das metas ESG (Environmental, Social and Governance).

Presente no Brasil há 25 anos, o mercado livre responde por 39% de todo o consumo de eletricidade do Brasil e deve chegar a 46% nos próximos anos com a autorização para que todas as empresas da alta tensão (Grupo A) acessem esse ambiente a partir de janeiro de 2024.

Isso significa que além das grandes corporações, empresas como supermercados, açougues, padarias, pequenas indústrias, entre outros, também poderão acessar o mercado livre.

Investimentos sustentáveis

Historicamente, o mercado regulado das distribuidoras sempre foi o responsável por ampliar a oferta de geração de energia do Brasil. No entanto, cada vez mais o mercado livre assume um papel protagonista no aumento da capacidade instalada.

Para se ter uma ideia, o ambiente de contratação livre respondia por 34% da expansão da geração do país em 2019. Agora, do total de 129,9 gigawatts (GW) de projetos autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) – com previsão de operação entre 2023 e 2029 – 92% serão destinados ao mercado livre.

Segundo a Associação Brasileira de Comercializadores de Energia (ABRACEEL), os projetos de geração previstos no mercado livre somam R$ 384 bilhões em investimentos entre 2023 e 2029 e mesmo considerando apenas as usinas com obras em andamento e licença de instalação vigente, o que somam 18,5 GW no período, o mercado livre concentra 77% desses empreendimentos.

Energia limpa e renovável

Outra característica importante do mercado livre é a sua capacidade de atrair investimentos para tecnologias sustentáveis, isto é, que contribuem positivamente para redução dos gases de efeito estufa.

De acordo com a ABRACEEL, do estoque de projetos de geração previsto para o período de 2023 a 2029 (129,5 GW), cerca de 93% são usinas de fonte solar fotovoltaica e eólica, que produzem energia limpa e renovável. 

Também encontram seu espaço no mercado livre metade da produção de energia a partir de biomassa (52%) e grande parte das pequenas centrais hidrelétricas (45%) com previsão de entrar em operação até 2029.

O mercado livre representa um futuro mais sustentável e eficiente, oferecendo ao consumidor oportunidades que o mercado regulado não proporciona. Como consumidor livre, você pode economizar até 35% da conta de luz, o que colabora para aumentar a competitividade de grandes e pequenas empresas.

Quer ser um consumidor livre? Entre em contato conosco e saiba como reduzir seus gastos de forma segura, confiável e sustentável, com ganhos de curto e longo prazos para o seu negócio.

Energia renovável bateu recorde de produção no Brasil em 2022

O Brasil bateu um recorde de produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis em 2022. Segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), 92% de toda energia produzida no ano passado foi proveniente de usinas hidrelétricas, eólicas, solares e biomassa. O levantamento mostra que as fontes renováveis produziram quase 62 mil MW médios, o melhor resultado dos últimos 10 anos. O saldo positivo é reflexo do cenário hídrico mais favorável, que contribuiu para a recuperação dos reservatórios das hidrelétricas, e da expansão das usinas movidas pelo vento e pelo sol.

De acordo com o presidente da CCEE, Rui Altieri, o resultado reflete uma matriz energética diversificada, com características que colocam o Brasil na frente de quase todos os outros países. “Além de ser um ganho imensurável para o meio ambiente, essa característica nos traz uma série de oportunidades em novos mercados, como o de créditos de carbono e de hidrogênio renovável, que vão gerar benefícios para a sociedade nos próximos anos.”

Transição Energética

A transição energética é um conceito mundialmente evidenciado que consiste em reduzir o uso de combustíveis fósseis como petróleo e carvão, e aumentar o uso de fontes renováveis. O objetivo é mudar a forma como consumimos energia, com propósito de frear as emissões de gases de efeito estufa (GEE), principal causador das mudanças climáticas.

Graças a sua matriz elétrica altamente renovável, o Brasil pode ser protagonista no processo de transição energética rumo a uma economia verde. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), enquanto o mundo tem cerca de 28% de utilização de fontes renováveis na matriz elétrica, o Brasil tem uma taxa de aproximadamente 83% de renovabilidade, o que coloca o nosso país entre as matrizes elétricas mais renováveis do mundo. Esse cenário torna o país economicamente mais competitivo, na medida em que as principais companhias do mundo buscam processos produtivos mais sustentáveis, sendo a energia elétrica um dos principais insumos. Além do desenvolvimento econômico, os investimentos em energias renováveis contribuem positivamente para o meio ambiente e para sociedade. Nós da CPFL, investimos em geração de energia renovável, o que atualmente representa 96% do nosso portfólio, e a nossa meta é ser 100% renovável até 2030.

OFFSHORE: O potencial brasileiro será realidade em breve?

As usinas eólicas offshore vem se destacando dentro dos principais debates internacionais sobre transição energética, sendo uma fonte com grande potencial para acelerar o desenvolvimento mundial de matrizes elétricas mais renováveis e para auxiliar no atingimento de metas de redução de gases de efeito estufa. Fato é que a tecnologia foi diversas vezes mencionada na COP 27, realizada no mês de novembro de 2022 na cidade de Sharm El-Sheikh, no Egito.

O crescente interesse mundial por este tipo de tecnologia surge de alguns fatores cruciais, sendo os principais:

– O amadurecimento da cadeia produtiva e da própria tecnologia eólica.
– A escassez de áreas com viabilidade de construção de novas usinas, como pode ser visto na Europa e em outras localidades.
– O potencial energético offshore se mostrando mais atrativo do que o potencial observado nas usinas onshore, visto que a velocidade dos ventos nos oceanos é consideravelmente mais forte e constante, sendo possível produzir uma maior quantidade de energia com um mesmo MW instalado.

A partir disso que o Brasil surge como um dos principais países em termos de potencial energético para desenvolvimento da fonte, já que consegue trazer ótimas soluções para os 3 pontos anteriormente elencados:  

– Tecnologia onshore madura e em ampla expansão, fortalecendo o mercado e investidores no segmento;
– Possui vasta área disponível de exploração costeira com mais de 7.400 km de extensão.
De acordo com estudos realizados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Brasil possui mais de 700 GW de potencial de exploração em locais com profundidade de até 50 m.

Com o rápido desenvolvimento tecnológico e considerando o enorme potencial brasileiro, é fundamental que o mercado nacional se desenvolva e modernize com leis e regulamentações claras, que demarquem as principais atribuições, deveres e obrigações de cada órgão ou entidade. Somente com um ambiente com segurança jurídica e regulatória que será possível estimular o mercado com novos investidores e desenvolvedores de projetos, estabelecendo um mercado com justa competição, sem distorções e sem subsídios.

Para tanto, estão sendo realizadas discussões para o amadurecimento técnico e legal deste segmento no Brasil. No âmbito federal, o principal Projeto de Lei em tramitação é o PL n° 576 de 2021 que deve regulamentar toda a exploração offshore brasileira. Já de forma infralegal os principais marcos se deram através das publicações do Decreto nº 10.946/2022 e das Portarias nº 52/GM/MME/2022 e Portaria Interministerial nº 03/MME/MMA/2022. Dessa forma, o arcabouço necessário para a exploração offshore no Brasil vem sendo construído pouco a pouco.

Em que pese tenham ocorridos significativos avanços nos últimos meses, o setor ainda carece de uma regulamentação com maior detalhamento, robustez e clareza, principalmente levando-se em conta a grande complexidade natural de desenvolvimento do segmento offshore, visto existe uma ampla interligação entre diversas entidades, dos grandes desafios de engenharia e dos seus elevados custos de construção que chegam a ser 4 vezes maiores que de uma usina eólica convencional.

Não há dúvidas que o Brasil possui um enorme potencial a ser explorado, mas o elevado custo de investimento ainda surge como principal empecilho para o desenvolvimento desse tipo de tecnologia, principalmente quando comparado com o potencial onshore ainda não explorado.

Por fim, acreditamos que a associação da exploração de usinas eólicas offshore em conjunto com outras tecnologias, como o Hidrogênio Verde, pode vir a acelerar a viabilidade desses projetos no mercado nacional, colocando o Brasil de vez como um grande produtor dessa fonte tão requisitada mundo a fora.

Escrito por: Henrique Travalini
Analista de Regulação da Geração
CPFL Renováveis

Entenda a diferença entre créditos de carbono e certificado de energia renovável e avalie a melhor opção para sua empresa

Julho de 2021 foi o mês mais quente da história do planeta Terra, de acordo com levantamento realizado pelo Nooa, órgão de Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos. O aquecimento global avança em ritmo mais forte do que o previsto anteriormente e isso tem relação direta com o excesso de gases de efeito estufa na atmosfera.

Empresas que ainda não adotam soluções para diminuir as emissões de dióxido de carbono podem compensá-las por meio da compra de créditos de carbono de projetos que atuam na redução de emissões dos gases causadores do efeito estufa. Cada unidade da moeda de troca equivale a 1 tonelada de CO2.

Já as empresas que privilegiam energia de fontes renováveis estão aptas a obter o Certificado de Energia Renovável. Na prática, o International REC Standard (I-REC) funciona como um sistema global de rastreamento de atributos ambientais de energia. É o meio mais confiável para comprovar e rastrear o consumo de energia proveniente de todas as fontes renováveis, como eólica, hidráulica, solar, biomassa, biogás e cogeração. 

É possível adquirir certificados de energia renovável (I-REC) na mesma quantidade da energia consumida pela sua empresa, sendo que cada I-REC (equivalente a 1 megawatt/ hora) representa uma unidade de geração de energia renovável.

Aqui no Brasil o órgão emissor é o Instituto Totum, representante oficial do I-REC Standard. Toda empresa pode ter um certificado de energia renovável e incentivar o uso da energia limpa, inclusive aquelas que estão no mercado cativo de energia.

Fazer isso deixa claro à toda a sociedade os esforços da companhia em contribuir para o meio ambiente, algo cada vez mais admirado pelos clientes. A CPFL ajuda as empresas brasileiras em todo esse processo, desde a análise sobre qual é o melhor momento para adquirir os certificados, até transacionar os I-RECs aos clientes que solicitarem.

Entre em contato e garanta sua certificação internacional! Clique aqui.