O mercado livre oferece diferentes oportunidades para grandes, médios e pequenos consumidores de energia elétrica no Brasil (com demanda mínima de 500kW). Os consumidores livres (indústrias, shoppings, supermercados, comércios, serviços) contam com a vantagem de negociar preço, volume, prazo e outras condições customizadas que aumentam a eficiência do seu negócio.
O Mercado de Curto Prazo (MCP) é uma ferramenta fundamental para conferir segurança e liquidez ao Ambiente de Contratação Livre (ACL). Recomenda-se que todos os agentes com contratos registrados e validados na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) conheçam o funcionamento do MCP. Isso inclui geradores, comercializadores, distribuidores e, principalmente, os consumidores livres de energia elétrica no Brasil.
O MCP é um processo de apuração das diferenças financeiras apuradas nos contratos de energia elétrica. As informações técnicas sobre o MCP estão na Resolução Normativa nº 622/2014 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
Um consumidor livre que consumiu mais energia do que estava previsto no contrato poderá negociar essa diferença entre o contratado e o consumido no MCP.
Imagine que a sua empresa fechou um contrato de 100 megawatt-hora (MWh), ao preço de R$ 250,00/MWh, por um período de 24 meses. No entanto, você precisou aumentar a produção em um mês específico para atender a uma demanda imprevista dos seus clientes. Com isso, a sua empresa consumiu um volume de energia superior ao previsto nos limites contrato que você fechou com a Comercializadora.
Um ponto importante de destacar é que mesmo obtendo um contrato menor do que o seu consumo o fornecimento da energia é realizado normalmente. Contudo, para lastrear este consumo e evitar eventuais penalidades, recomenda-se que seja feita uma negociação via um contrato complementar no Mercado de Curto Prazo.
A energia deste contrato complementar, será precificada com base no Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), mais um spread cobrado pelas Comercializadoras. Suponhamos que o PLD foi calculado em R$ 200,00/MWh e a Comercializadora escolhida estava cobrando R$45,00/MWh de spread, totalizando assim R$245,00/MWh.
Nesse exemplo, sua empresa aumentou a produção, faturou mais e ainda pagou um preço inferior ao do contrato original, o que aumentou o resultado final do seu negócio. Mas é importante destacar que o PLD é muito volátil e pode variar de R$55,70/MWh à R$640,50/MWh. Desta forma, é sempre recomendado que a contratação com a comercializadora escolhida seja bem adequada ao seu consumo projetado, evitando assim riscos. Essa operação do MCP deve ser realizada de forma esporádica para demandas não planejadas.
Quer entender os detalhes de funcionamento dessa ferramenta? Nosso time de gestão pode ajudar. Entre em contato conosco agora mesmo!
Cenário de preços atual cria tendência para consumo de energia em Mercado LivreAinda que se tratando de um assunto volátil, podemos afirmar que o cenário de preços atual tem pendido para algumas decisões em comum em relação à opção de contratação energética de organizações com alto consumo de energia.
No mercado de curto prazo, o preço da energia tem referência com o valor do PLD (Preço de Liquidação Financeira), que basicamente tem como função equilibrar os custos entre oferta e demanda de energia. Nos últimos meses o preço do PLD contou com algumas mudanças, e nessa referência, os valores atingiram pico no período entre o final de 2020 e o início deste ano.
Apesar de aparentemente seguro, devemos sempre ter em mente que esse cenário é instável, como podemos verificar através dos números publicados no relatório de preço médio publicado pela Dcide em 27 de outubro de 2021: o valor médio da energia Convencional de Longo Prazo (contratos de 2023 a 2026) foi de R$179,31/MWh, enquanto o valor para o segmento Convencional de Curto Prazo é de R$ 176,80/MWh, e é referente ao período de novembro de 2021 a janeiro de 2022.
De acordo com o boletim Abraceel de Energia Livre, em outubro a quantidade de consumidores no Mercado Livre aumentou 18% na comparação com o mesmo mês de 2020, após migração de 1.475 novos consumidores para o ambiente de contratação livre, pelo qual passa 66% do total de energia transacionada e 35% da energia consumida no Brasil.
No setor industrial, 85% das empresas já adquirem energia pelo Mercado Livre. O setor de saneamento e indústria têxtil tiveram os aumentos mais destacados no consumo de energia livre, registrando aumentos de 36,3% e 23,6% respectivamente.
Caso você queira entender melhor sobre como funciona a migração para o Mercado Livre, ou mesmo tirar dúvidas sobre os cenários de preços e contratações energéticas, entre em contato com nossos especialistas.