As empresas estão investindo em projetos de baixo carbono e na transição energética por diversas razões, alinhadas a uma combinação de fatores econômicos, sociais e ambientais.
O primeiro ponto é a sustentabilidade ambiental. O aumento das preocupações com as mudanças climáticas e a degradação ambiental levou as empresas a reconhecerem a importância de reduzir suas emissões de carbono. Investir em projetos de baixo carbono é uma maneira de mitigar o impacto ambiental e contribuir para a sustentabilidade global.
Acionistas, consumidores e outros stakeholders estão cada vez mais conscientes e preocupados com as práticas sustentáveis das empresas. A pressão pública e a demanda por responsabilidade ambiental incentivam as empresas a adotarem práticas mais verdes e a investirem em soluções de baixo carbono.
Além disso, muitas regiões do mundo estão implementando regulamentações mais rigorosas em relação às emissões de carbono e à pegada ambiental das empresas. Para cumprir essas normas e evitar penalidades, as empresas estão buscando formas de reduzir suas emissões e transitar para fontes de energia mais limpas, como as energias solar fotovoltaica e eólica.
O relatório Energy Transition Investment Trends da BloombergNEF apontou que os investimentos globais na transição do setor de energia totalizaram US 1,1 trilhões em 2022. As energias renováveis continuam atraindo a maior parte dos investimentos, atingindo um recorde de US$ 495 bilhões no período, 17% a mais do que no ano anterior.
Economia de custos
Outro aspecto importante que tem levado as companhias a investirem em projetos de baixo carbono é a economia de custos. A transição para fontes de energia mais sustentáveis pode, a longo prazo, resultar em economia de custos para as empresas. A eficiência energética e o uso de energias renováveis podem reduzir os gastos com energia, tornando as operações mais eficientes e econômicas.
Adicionalmente, as empresas que lideram a transição energética podem ganhar vantagem competitiva. A inovação em tecnologias limpas e práticas sustentáveis pode atrair clientes conscientes do meio ambiente, melhorar a reputação da marca e fortalecer a posição da empresa no mercado.
Cabe lembrar também que a exposição a riscos financeiros relacionados às mudanças climáticas, como desastres naturais e flutuações nos preços de commodities, incentiva as empresas a adotarem estratégias de baixo carbono para mitigar esses riscos e garantir a continuidade dos negócios.
Investidores e instituições financeiras estão cada vez mais considerando critérios ambientais, sociais e de governança (ESG) ao tomar decisões de investimento. Empresas comprometidas com práticas sustentáveis podem ter melhor acesso a capital e condições de financiamento mais favoráveis. As empresas estão percebendo que a adoção de práticas sustentáveis não apenas atende às expectativas da sociedade e regulamentações ambientais, mas também pode ser benéfica para seus negócios a longo prazo, tanto em termos de responsabilidade social quanto financeira.
A CPFL Soluções tem um portfólio completo de produtos e serviços para ajudar a sua empresa no processo de transição energética e descarbonização do seu negócio. Produzimos energia limpa e renovável de diversas fontes e comercializamos créditos de carbono e certificados de energia renovável (I-REC).
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Os 3Ds da transição energéticaO setor elétrico mundial vem passando por transformações importantes, considerando três pilares que impulsionam o desenvolvimento equilibrado e sustentável do setor e mudam positivamente o futuro do mercado de energia: Descarbonização, Descentralização e Digitalização.
O pano de fundo de todo esse processo é uma transformação da sociedade, o cenário de mudanças climáticas e a necessidade de frear o aquecimento global, com o intuito de manter a temperatura do planeta abaixo dos 2ºC, preferencialmente não mais do que 1.5 ºC até o final do século.
Por isso a necessidade de tornar o setor elétrico mais moderno e eficiente, fazendo um melhor uso dos recursos naturais e da infraestrutura, para com isso reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE), em especial o dióxido de carbono (CO2).
As tendências que guiam o futuro do setor de energia envolvem a produção e o consumo de energia renovável, investimentos em digitalização e automação das redes elétricas em alta, média e baixa tensão, descentralização através da mobilidade elétrica, da geração distribuída, do armazenamento de energia, entre outras tecnologias. A seguir, vamos conhecer o que está por trás dos três 3Ds.
Descarbonização
Em nível mundial, o setor energético é um dos maiores responsáveis pelas emissões de GEE liberados na atmosfera, portanto, um dos que mais contribui para o aquecimento global. Porém, é do setor de energia que se espera uma grande contribuição para a neutralidade carbônica até 2050, no que tange à redução das emissões de CO2.
A descarbonização no setor de energia consiste em reduzir ou eliminar o uso de combustíveis fósseis no processo de produção e consumo de eletricidade, substituindo-os por tecnologias limpas e renováveis, como a energia eólica, solar, biomassa e hidrelétrica.
Nesse sentido o Brasil larga na frente, pois possui uma matriz elétrica de cerca de 83% renovável, enquanto o índice global é de aproximadamente 30%. Desta forma, o desafio é manter o aproveitamento dos recursos renováveis do país, mantendo a alta renovabilidade da matriz nacional, sem abrir mão da segurança do abastecimento.
Segundo a Empresa de Pesquisa Energética, através do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2031), no horizonte de 2021 a 2031, está prevista a expansão de 27,2 GW capacidade instalada renovável centralizada e mais 37 GW de geração distribuída, majoritariamente solar.
Descentralização
A exploração de recursos energéticos vem sendo feita de forma centralizada, privilegiando a contratação de grandes usinas e longas linhas de transmissão. No entanto, essa tipologia de contratação tem acarretado constrangimentos no que tange às perdas elétricas e a necessidade de vultuosos investimentos em infraestrutura de expansão e modernização da rede.
Dessa forma, a descentralização é mais do que uma escolha, e deve ser encarada como uma necessidade, pois permite uma exploração otimizada dos sistemas elétricos, disponibilizando várias alternativas de gestão desde a produção até o consumo.
Através da geração distribuída (GD), unidades de armazenamento e veículos elétricos, é possível ajustar o perfil da demanda em função do sinal de preço. Dessa forma, a descentralização coloca o consumidor no centro da transição energética, onde a microunidades de produção de energia desloca o consumo, reduz as perdas elétricas e incentiva o uso de fontes renováveis, desempenhando um papel de destaque na sustentabilidade do setor elétrico.
A descentralização não se aplica apenas a GD, mas sim, ao aproveitamento de todos os recursos energéticos distribuídos (RED), incluindo armazenamento com baterias, serviço de resposta da demanda, sistemas de carregamento de veículos elétricos e eficiência energética. Nesse sentido, os REDs permitem a maior participação do consumidor tanto na geração quanto na gestão do consumo da própria energia.
Digitalização
A digitalização é um movimento que transcende o setor elétrico e desempenha um papel imprescindível na materialização dos outros dois D. A digitalização deve ser encarada pelos stakeholders como uma oportunidade para transformar o sistema elétrico, tornando-o responsivo e integrado.
Os novos desafios da transição energética obrigam o setor a adotar conceitos ligados a Indústria 4.0, Internet das Coisas, Inteligência Artificial e Big Data/Analitics. Os investimentos em tecnologia permitem analisar o comportamento dos consumidores, aprimorar a operação da rede, melhorar a previsão de carga e otimizar o despacho, para além de permitir uma participação ativa dos consumidores na gestão da rede.
Os benefícios da digitalização são reais para os operadores de rede, permitindo: otimizar a produção, facilitar operações de prevenção e manutenção do sistema, melhorar a supervisão e identificação de erros e fraudes, permitir uma gestão integrada das renováveis e otimizar a eficiência energética. Para os consumidores, a digitalização possibilita-os: gerir o seu consumo em tempo real, vender excedentes de produção de energia e pagar faturas sem sair de casa.
A digitalização cria novos modelos de negócios, gerando empregos e impulsionando o crescimento econômico.